caiman.de 01/2015
[art_3] Brasil: Sociedade 7 a 1
O Brasil pós-Copa Poderia ter sido 8 a 0, mas Mesut Özil, ao invés de passar a bola para o livre livre livre André Schürrle, decidiu, aos 44 minutos do segundo tempo, tentar a própria sorte. Deu bola pra fora. Segundos depois, Marcelo acha Oscar que é mais rápido que Mertesacker e Boateng juntos e faz o gol da honra. Fim, 7 a 1.
Penso que só no "País do Futebol" uma única partida (perdida) pode sacudir uma sociedade de tal tamanho, e tão profundamente. Na saúde, na educação, na bolsa de ações, na economia - de repente, o Brasil tomava de sete a um em tudo. "2014, o ano em que pagamos o mico" titulou uma revista. Que fase, hein? Claro que no meio deste mau-humor constante não tinha clima para fazer reformas; pelo contrário, as coisas andam como sempre. Publicaram nas redes sociais que a palavra do ano foi "Gol da Alemanha". E para começar 2015 com o pé direito, trocaram o gramado do Mineirão. Precisaram de setenta e cinco caminhões para transportar o verde para o lixão, e cinco deles logo jogaram a grama no meio da rua na Pampulha. Me pergunto porque não cortaram a grama em pedaços e as venderam para os alemães? Assim, aquele 7 a 1 teria servido para algo, pelo menos. Texto + Fotos: Thomas Milz [print version] / [arquivo: brasil] |