ed 08/2012 : caiman.de

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[art_2] Brasil: Rapte-me camaleão! – 70 anos Caetano Veloso (Vol. 1) (Vol. 2) (Vol. 3)
Vol. 4: Tudo Jóia?
 
"Jóia" e sua outra metade "Qualquer coisa" - com dois discos novos, lançados ao mesmo tempo em 1975, Caetano está de volta. Enquanto "Jóia" ainda respire um ar experimentalista, ou, como disse o próprio Caetano, "mais purista", "Qualquer coisa" já mostra o baiano de volta à mestria de compositor de hits.


"Jorge de Capadocia" e "Qualquer coisa" são os destaques musicais. Até o rei Roberto Carlos confessou que sente inveja de Caetano - é "Qualquer coisa" a música que Carlos queria ter escrito….. "Jóia" traz muitas melodias bonitas, mas apenas "Minha mulher" consegue se destacar.


Os dois discos ainda trazem nada menos que quatro músicas dos Beatles - três em "Qualquer coisa" (que vem com uma capa inspirada no último disco dos Beatles, "Let it be" - uma homenagem aos Beatles e Andy Warhol, aliás), e uma, "Help", em "Jóia".

Em 1976, Caetano junta os amigos Gilberto Gil, Gal Costa e a irmã Maria Bethânia. Eles formam a primeira Super-banda da história da música brasileiro, "Os Doces Bárbaros". Os quatro embarcam num turne, que traz sucessos e fracassos - a aventura termina quando Gilberto Gil foi preso em Florianópolis por porte de drogas. Destaques musicais do disco ao vivo são "Um índio", de Caetano, e "Esotérico", de Gil, dueto maravilhoso de Bethânia com Gal Costa.



Depois de passar um mês na África, junto com Gil, Caetano grava o disco "Bicho", em 1977. Detestado pela crítica, o LP é cheio de músicas fantásticas como "A tigresa", "Odara", "Gente", "Alguém cantando" (cantada pela irmã Nicinha) e uma nova gravação de "Um índio". O grande hit é "O Leãozinho", uma das músicas mais famosas de Caetano até hoje.


Ainda em 1977, Caetano lança "Muitos carnavais", uma compilação de suas músicas que tinha feito durante anos para o carnaval de Salvador. Em 1978, segue o disco "Muito", o início da colaboração com "A outra banda da terra". Anos mais tarde, Caetano disse que essa colaboração tem sido a mais gostosa da sua carreira inteira. A banda permanecerá junto até o álbum "Uns", de 1983.



A capa de "Muito" mostra Caetano nos braços da mãe, Dona Canô, que dá um cafuné no filhinho. Destaque absoluto do disco é o hino "Terra". "Tempo de estio" transporta o ouvinte para as praias do Rio de Janeiro, e "Muito romântico" é simplesmente divino (graças a um coro perfeito como base da música). O disco ainda traz "Eu sei que vou te amar", de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, e "Sampa", uma homenagem nada convencional à cidade de São Paulo e suas deselegantes meninas.



Depois de mais um disco ao vivo, "Maria Bethânia e Caetano Veloso ao vivo", Caetano se despede de forma magnífica de uma década difícil. Em 1979, ele lança seu talvez melhor disco até então: "Cinema transcendental". Parece coletânea de maiores sucessos: "Lua de São Jorge", "Oração ao tempo" (que virou sucesso de novela em 2011), "Beleza pura", "Menino do Rio".




Em "Trilhos urbanos", Caetano relembra sua infância em Santo Amaro, enquanto "Cajuína" parece o hino oficial do nordeste brasileiro.

Voilá! Assim, acabaram-se os anos 70! Logo logo veremos Caetano embarcando na música disco, com "Outras palavras". Até!

Texto + Fotos: Thomas Milz

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