Antigamente, tudo era melhor, e todo mundo sabe disso. Basta olhar para os velhos cartões postais que mostram os aviões transatlânticos com seus assentos gigantes, espaçosos. E ainda se podia fumar durante a viagem.
"Espaço para as pernas!" Em tempos de viagens constantes, praticamente não há uma palavra-chave mais importante do que "espaço para as pernas". Quem o quer há de pagar extra, hoje em dia, para obter os assentos da primeira fila ou nas saídas de emergência. Valiosos são aqueles centímetros extras.
É verdade, o progresso nos trouxe muitas bênçãos, mas espaço para as pernas e conforto nas viagem não fazem parte disso. Nos anos 80, ainda podia abrir as janelas dos trens nas viajar pela Europa, coisa impensável nos trens-balas de hoje em dia.
Sem falar dos banheiros em trens e aviões, que são feitos para anões e não para pessoas normais. O serviço de bordo serve nada, ou apenas Coca Cola Zero e amendoim em vez de bebidas alcoólicas. Especialistas falam de cortes de custos necessários, mas o viajante entediado sabe que viajar está ficando cada vez mais uma coisa careta.
Como foram gloriosos os tempos aqueles que mostra o museu da Estación Central de Ferrocarril em Assunção, capital do Paraguai. A primeira estação ferroviária da América do Sul mostra os primeiros trens que correram pelas selvas e savanas daquele país.
Cadeiras de couro espaçosos, camas de casal para os viajantes cansados, banheiros maiores do que em casa! E um bar que servia uísque de primeira qualidade. Que luxo tomar uma bebida fresca para aguentar as temperaturas insuportáveis de cerca de 40 graus que reinam naquele país.
Mas, como tudo na vida, tal luxo não durou para sempre. Em 1999, os trens pararam de funcionar. O que resta é a memória de um tempo em que viajar era puro luxo.
Texto + Fotos: Thomas Milz
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