caiman.de 06/2007

[art_1] Brasil: De Pinus e Tamanduás
Lápis coloridos alemães em Minas Gerais

O pino é torto e magro demais. "Estas árvores aqui foram as primeiras que plantamos. Na época não sabíamos no que daria. Mas hoje somos mais espertos.“ Jairo Cantarelli foi a pessoa que começou a plantação para a Faber-Castell no Brasil, há vinte anos atrás. Hoje, o expert em madeira, de cabelos grisalhos, é o "Wood Division Manager" da empresa alemã no Brasil.

nova plantação de Pinus

As plantações da empresa da Baviera se estendem, aqui em Minas Gerais, a 10.000 hectares, de pinheiros. O suficiente para produzir sete milhões de lápis por dia. Mas, para atingir esse volume, não pode mais plantar pinus tortos. Nos últimos anos, a Faber-Castell conseguiu desenvolver o pino perfeito, através de cruzamentos e de manipulações genéticas. Resultado, um pino reto e quase sem galhos. „Uma árvore como essa dá, em média, 2.500 até 3.000 lápis.“

O chão está coberto de pinhos e agulhas, que abafam os passos no meio da floresta que possui um odor doce. Quando se pisa num galho seco e escondido embaixo do tapete de agulhas, ouve-se um „craque-craque“.

Fora disso, apenas um silêncio paradisíaco. Só os cantos dos pássaros quebram a paz absoluta. Há 178 tipos de pássaros nas plantações, diz-se. É um refúgio, um esconderijo para os animais ameaçados no mundo lá fora, no cerrado mineiro. Além dos pássaros, há 36 tipos de mamíferos, 25 tipos de anfíbios e 15 de répteis.

plantação de Pinus
da Faber-Castell

"Conforme a lei brasileira, temos que proteger vinte por cento das nossas terras, transformando-as em reservas ecológicas. Mas nós aumentamos isso, de forma voluntária, para 32%", só Jairo. Ao redor das plantações de pinus, existe um cinto de natureza onde tudo pode crescer a vontade. E é aqui que os animais silvestres podem viver em paz. E até nas próprias plantações de pinus toma-se cuidado para não cortar uma grande área ao mesmo tempo. Por isso, há plantações de quatro anos ao lado de outras de oito ou 15 anos.

"Até agora, o plano era de cortar as árvores com dezoito anos. Mas estamos mudando isso. Agora fazemos um desbaste depois de dezoito anos, e levar essa plantação até uma coisa como vinte e três ou vinte e cinco anos." Apenas dois tipos de árvores prestarem para uma plantação em massa no cerrado: Eucalypto e Pinos. Mas Eucalypto não presta usholz macht sich nicht gut als Blei- oder Buntstift. Deshalb entschied man sich für eine tropische Version der Pinie, die Pinus Caribaea.

Depois do corte, os troncos seguem para a serralheria em Prata, uma pequena cidade de 25,000 habitantes não muito longe daqui. A madeira é transportada em seguida para a fábrica em São Carlos, onde 2,400 funcionários transformam a matéria-prima em lápis. São, no total, mais de dois bilhões de lápis por ano, exportados para mais de sessenta países do mundo inteiro.

cascavel resgatada
Pinus Caribaea

Pela produção sustentável a empresa ganhou muito prestígio no Brasil. Até o governo federal compra os lápis certificados para ocasiões oficiais. E além de tudo isso, ainda dá para economizar dinheiro com essa forma de produção. "Com o desenvolvimento de uma população grande de tamanduás, nós reduzimos muito o uso de formicidas para controlar as formigas, que são um problema bem grande nesta região", conta Jairo. "Assim, nós gastamos menos em dinheiro para controlar as formigas, e também colocamos menos químicos no solo, e consequentemente estamos impactando menos o lençol freático."

O expert em madeiras não consegue entender porque não há mais empresas seguindo o rumo de uma produção sustentável. "Se o mundo percebesse que se você produzir de uma forma mais equilibrada, no final da cadeia você tem um resultado melhor, nós não teríamos a destruição que temos hoje."
Jairo Cantarelli

De repente ele freia o carro. No meio da estrada de arreia, há uma cascavel dormindo no sol do meio-dia. Jairo desce do carro, pega um galho e empurra a cobra para a grama na beira da estrada. Lá, ela pode continuar dormindo em paz.

Texto + Fotos: Thomas Milz