[art_2] Brasil: Na casa dos campeões do mundo
Matthäus é o novo técnico do Atlético Paranaense

Kyocera Arena, Curitiba, sul do Brasil: Uma equipe de limpeza prepara tudo para o grande dia no estádio do Atlético Paranaense. Há gente fazendo a manutenção da grama enquanto as cadeiras novinhas do banco do treinador ainda estão com as embalagens de plástico. Tudo pronto para o dia primeiro de fevereiro, quando Lothar Matthäus começa trabalhar aqui como novo treinador. O ex-capitão da seleção alemã campeão do mundo e eleito melhor jogador do mundo em 1991 esteve à procura de um time sul-americano, e achou o Atlético.


Jogadores, funcionários e fãs do Atlético estão muito orgulhosos com a contratação do Matthäus. E esperam dele muitos títulos. Até agora, há apenas duas estrelas brilhando na camisa do time: uma de prata pelo campeonato da série B, em 1995, e uma de ouro pelo campeonato brasileiro, em 2001.


O nome de Matthäus promete mais eficiência e disciplina germânica - características clássicas alemãs que devem dar uma vantagem mais que decisiva ao Atlético frente aos outros times brasileiros e sul-americanos. Pelo menos essa é a expectativa do Atlético. "Apesar de todas as novas estruturas que criamos, como o novo estádio e o moderno centro de treinamento, os títulos ainda não vieram na quantidade que a gente esperava. E que a gente merece", diz Antonio Carlos Gomes, diretor técnico do Atlético.


O time foi vice-campeão do campeonato brasileiro em 2004, e no ano passado, perdeu a final da Copa Libertadores contra o São Paulo, mais tarde campeão mundial interclubes.


Mas o Atlético espera muito mais de Matthäus do que apenas títulos: ele poderia ajudar a vender jogadores para grandes clubes da Europa. Pretende-se aproveitar a fama mundial de Matthäus e os seus contatos no mundo do futebol, para tornar o Atlético e seus jogadores mais conhecidos no mundo lá fora. Nos últimos anos, o clube investiu pesado em escolas de futebol, espalhados pelo país inteiro. Desde os anos noventa, as seleções brasileiras de jovens estão repletas de jogadores do Atlético.


Como o atacante Dagoberto Pelentier, que já é visto como um novo Ronaldinho. Clubes como Hamburgo, da Alemanha, mostraram interesse na contratação, mas ainda não chegou o momento certo para vendê-lo. Antes, querem ganhar títulos com a ajuda dele. E Dagoberto ainda sonha em ser titular da seleção na Copa da Alemanha. Para conseguir isso, precisa se destacar no campeonato brasileiro.

O clube depende da venda de jogadores. O estádio do clube, a moderna Kyocera Arena, foi inaugurada em 1999, mas ainda falta uma das tribunas. O clube pretende, até setembro 2007, fechar essa lacuna, aumentando a capacidade do estádio do atual 25.000 para 40.000 torcedores.


E o centro de treinamento do clube está atualmente sendo ampliado. Já conta com oito campos de futebol, além de um só para treino de chute e um para treino de goleiros, uma academia, uma piscina e uma unidade moderna de medicina. Em 2002, a seleção brasileira se preparou aqui, antes de viajar para a copa da Coréia e Japão.


A única coisa com qual Matthäus não pode contar é carnaval com muita samba: "Curitiba é a cidade que mais odeia o samba. Existe um forte movimento de acabar com o carnaval e o samba", explica Toni Casagrande, porta-voz do clube. "Querem transformar Curitiba numa cidade livre de carnaval, um refúgio para todos os brasileiros que não gostam de carnaval. Assim, essas pessoas do país inteiro podem apreciar sossegadamente outros estilos de música, como o jazz."

Será que o Matthäus gosta de jazz?

Texto + Fotos: Thomas Milz